segunda-feira, 15 de junho de 2009

Caça à raposa

Li no site Na Telinha que a Rede Globo conseguiu efeito suspensivo à decisão de reclassificação da novela Senhora do Destino, de Aguinaldo Silva. Na semana passada, o Ministério da Justiça havia reclassificado a trama para maiores de 12 anos, por achar o conteúdo da novela inadequado, além de já ter advertido a emissora sobre as cenas da vilã Nazaré (Renata Sorrah), consideradas violentas para o horário. A Globo se comprometeu em ser mais rígida na adequação da novela.

Assisti hoje a um dos capítulos fundamentais da trama em que o segredo sobre Isabel/Lindalva vem à tona. Renata Sorrah, como sempre, deu um show zombando dos “flageladinhos” e dizendo, às gargalhadas, que “trocaram a irmã por um sorvete”. Seria uma pena tirarem a “raposa felpuda” do ar.

Em minha opinião, o que uma criança pode ou não assistir deve ser decidido pelos pais. Como já contei em outro post, minha mãe sempre garantiu, na medida do possível, que eu e meus irmãos assistíssemos a programas educativos. Acho ainda que o papel dos pais não deveria se limitar meramente à definição de restrições. O mais interessante e produtivo seria desenvolver um diálogo com os pequenos discutindo os valores a respeito do que se aprende (ou não) ao assistir tevê. Dessa maneira se consegue perceber até que ponto a criança é afetada pelo que assiste na telinha.













Isso me fez recordar de quando eu era muito novinho, na época em que ia ao ar o mega-sucesso de Janete Clair, Selva de Pedra. Eu tinha três anos de idade e dizia que eu era o Cris e que a minha vizinha Kátia (não a cega), uma japinha com idade próxima à minha, era a Simone – personagens vividos por Francisco Cuoco e Regina Duarte respectivamente. Um dos grandes momentos de Selva de Pedra foi a cena do acidente sofrido por Simone. Durante o dia em que foi exibido o capítulo, a censura veiculou avisos em que alertava os pais para que tirassem seus filhos da sala porque as imagens seriam muito fortes.

Tudo isso só fez aguçar nossa curiosidade pirralha. À noite, ficamos espiando pelo vão da porta a famigerada cena do capotamento e posterior explosão do fusca dirigido pela Namoradinha do Brasil, que ainda se rastejou toda machucada após ter conseguido sair do carro. Acho que foi nesse dia que virei noveleiro.