quarta-feira, 8 de julho de 2009

Alguma coisa acontece no meu coração














A novela Guerra dos Sexos foi uma das melhores novelas das 19 horas. Talvez a comédia mais bacana do Sílvio de Abreu. A memorável cena pastelão protagonizada por Paulo Autran e Fernanda Montenegro como Bimbo e Cumbuca, vira-e-mexe é reprisada no Vídeo Show. Eu não perdia um capítulo sequer. Minha personagem preferida era a D. Nieta (interpretada pela incrível Yara Amaral), que vivia chamando a Lucilene (Helena Ramos) de “tontolona”. Tinha também Cristina Pereira na pele da impagável Frô.

Mas outro motivo que me atraía a Guerra dos Sexos era a maneira que a cidade de São Paulo era mostrada. Várias imagens panorâmicas da paulicéia apareciam entre uma cena e outra ao som da música Viva, de Kleiton & Kledir, que na trilha sonora aparecia como tema de locação. Eu achava lindo e pensava como ia ser legal se, um dia, eu morasse na capital. Coisa de gente simples do interior...

O fato é que esse desejo de morar em Sampa só foi aumentando conforme os anos se passaram. Veio Vereda Tropical outro grande sucesso das sete, outra vez sob a batuta de Sílvio de Abreu, dessa vez como colaborador de Carlos Lombardi. Mais uma pancada de personagens ótimos como Bina (Geórgia Gomide) a fogosa dona da cantina La Tavola di Michelli, Téo (Marcos Frota) que se transformava no Super Téo e a sensualíssima Verônica, encarnada por Maria Zilda (que na época ainda não era Bethlem). De novo São Paulo era personagem importante da trama e o tema de locação dessa vez ficava por conta do debochado Premeditando o Breque com a ótima São Paulo, São Paulo (uma sátira à cidade grande a la New York, New York).

Outras novelas vieram e São Paulo sempre me enchia os olhos com um prazer cada vez mais profundo. De acordo com o filósofo Alain de Botton “valorizamos elementos ‘estrangeiros’ não só porque são novos, mas porque parecem se harmonizar com nossa identidade e com nossos envolvimentos de modo mais fiel do que qualquer coisa que nossa terra natal possa fornecer”. Bingo!

São Paulo sempre deu respaldo a ideias e valores que faziam e fazem parte da minha identidade, mas com as quais a minha cidade ou o meio onde eu vivia demonstravam pouca afinidade. E, embora não seja uma metropóle a que se possa associar de pronto a um lugar belo, isso seria apenas uma forma de dizer que gostamos de um lugar. Hoje, morando aqui, reafirmo: I love SP!

3 comentários:

  1. Sensacional!

    São Paulo é um turbilhão de emoções, mexe como todos os nossos sentidos. Vc falando de Silvio de Abreu me lembrei de ontem do primeiro episódio de Som & Fúria: como Fernando Meirelles fotografa bem a cidade!

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  2. amo MUITO tudo isso!!!!

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  3. So do I!!!!!! Eu também confesso que sempre pensei que São Paulo seria um 'caminho natural' - ok, nasci em Campinas, fui pra Bauru, Londres, mas onde vou amarrar meu burro? Era só questão de tempo. E agora, de amor por essa vida caótica, mas tão intensa que nos aprisiona, tipo vício. Adoro o burburinho da Paulista, o povão arretado do Largo da Batata, a elegância decadente do centro antigo!!! Adorei demais o post!!!!!
    ps. fico maravilhada com a sua memória televisiva!!! incrível!!!! o bom é que ajuda a gente a lembrar de momentos impagáveis!!!!!! bjs!

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