terça-feira, 22 de setembro de 2009

Memórias da Emília


Quando o Sítio do Picapau Amarelo estreou na Globo em março de 1977, eu tinha de 7 para 8 anos, e, como todas as crianças da época, não perdia um capítulo da saga - misto de fantasia e realidade - de Pedrinho, Narizinho, Emília e Visconde.

Me recordo de alguns dos primeiros episódios que foram ao ar como A Cuca Vai Pegar, onde a “jacaroa”, na época vivida por Dorinha Duval, transforma quase todos do Sítio em pedra. João Faz de Conta, aquele em que o Pedrinho, depois de ouvir a história do Pinóquio, resolve dar vida a um boneco de madeira e deixa o Visconde todo enciumado. O Anjinho da Asa Quebrada (interpretado por Gabriela Alves) que Emília tenta transformar em atração do seu Circo de Escavalinho. E numa noite, cercada por todos, Dona Benta começa a falar sobre a Grécia com seu teatro, tragédias e mitologias e surge a história do Minotauro, Teseu (Gracindo Júnior) e Ariadne (Lúcia Alves), para mim, um dos melhores episódios de todos os tempos. Devo dizer que eu tinha medo de muitas coisas: da Cuca, do João Faz de Conta e até do Príncipe Escamado, mas nem por isso deixava de assistir.

Nesse dia me recordo ainda mais do Sítio por causa da notícia da morte de Dirce Migliaccio que deu vida à boneca Emília nos primórdios da série. Dirce tinha um jeito peculiar ao interpretar suas personagens, uma coisa um tanto que avoada e vivaz. Tudo ao mesmo tempo. Um olhar meio perdido, meio melancólico, que também é característico do irmão Flávio. A atriz se junta agora ao grande time de atores que encarnaram personagens de Monteiro Lobato e que já partiram, como Zilka Salaberry, Jacira Sampaio, Samuel Santos e André Valli.

Para quem não conhece ou quiser relembrar o Youtube está cheio de trechos de vários episódios desse fantástico programa infantil que foi o Sítio do Picapau Amarelo.

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